REPETIDORAS DO SUDOESTE - VHF-UHF

NINHO DA CURRUIRA

COMO OPERAR EM REPETIDORAS

Publicado 25. set, 2010 

Por PY2JF – João Roberto S. Gandara Ferreira  
Apresentamos aqui algumas dicas de como se comportar corretamente nos repetidores, garantindo assim uma integração maior e a certeza de conseguir muitos amigos.

 

1 – Sempre que for solicitar algum colega, chame-o pelo indicativo. Agindo dessa maneira, quem está na escuta não terá dúvidas de que é um radioamador que está querendo usar o repetidor.

 

2 – Sempre antes de entrar em alguma rodada, certifique-se de que sabe o prefixo e o nome de cada um dos integrantes, bem como o assunto em pauta. Não existe nada mais desagradável do que você estar falando com colegas e alguém entrar interrompendo, fazendo “ping-pong”, não cumprimentando ou não ter a mínima idéia do assunto que se está discutindo.

 

3 – Se você não tem nada a dizer sobre o assunto que está sendo discutido, não entre na rodada. É melhor ficar só na escuta, pois entrando “apenas para dizer boa tarde”, interrompe-se o QSO, e depois, por educação, passarão outra vez a palavra para você que continuará sem nada a dizer.

 

4 – Tenha um vocabulário adequado. Um bom vocabulário tem de estar isento do excesso de termos pobres e vulgares, como palavrões e gírias. Por outro lado, não se recomenda um vocabulário repleto de palavras difíceis e quase sempre incompreensíveis. Não use palavras que não gostaria que seus filhos o ouvissem dizendo.

 

5 – Seja cortez e educado. Lembre-se que embora a maioria absoluta de radioamadores sejam do sexo masculino, em suas casas sempre haverão crianças e mulheres ouvindo. Certa vez, estava acontecendo uma discussão no repetidor e o nível baixou completamente. Minha esposa ouviu e me perguntou se era com isso que eu perdia horas e horas no “shack”. Durma com esse barulho!

 

6 – Não ofenda e nem faça comentários prejorativos. Está se tornando comum “certos” radioamadores fazerem comentários maldosos no repetidor. Comentários que ofendem e constrangem não só o radioamador que quer atingir, mas também os outros que estão ouvindo. Esse tipo de comportamento deverá ser banido a qualquer custo. Portanto, não se surpreendam se o repetidor for desligado no meio de um QSO desse tipo. É o mínimo que um mantenedor pode fazer para manter a ordem.

 

7 – Evite falar com clandestinos pelo repetidor. Se encontrar alguém sem prefixo usando o repetidor, ou chame-o para um direto ou saia da frequência. Lembre-se, o pessoal da fiscalização da Anatel agora consegue ouvir o repetidor lá de São Paulo. Você está cansado de saber que não pode manter contato com clandestinos. Você teve que estudar as apostilas para ter seu prefixo, por que eles também não o fazem? É cada vez mais comum aparecer alguém dizendo que está estudando para fazer a prova e só entrou para cumprimentar. Seja educado e informe-o que será bem recebido. Mas enquanto não tem indicativo, o melhor a fazer é apenas ouvir e aprender com os outros.

 

8 – Quando ouvir alguma portadora, evite comentar na frequência. Faça de conta que não está atrapalhando ou se realmente estiver, diga que precisa desligar. A pessoa que dá portadora adora saber quanto você a odeia, quanto mais você reclama, mais ela fica feliz. Se você simplesmente a ignora, logo ela desiste.

 

9 – Use um canal direto sempre que possível. Quando precisar falar com algum colega sobre um assunto muito específico, verifique se não conseguem contato pelo direto, assim o repetidor fica livre para alguém que precise usá-lo e vocês não serão interrompidos no assunto.

 

10 – Desestimule clandestinos a usar o repetidor. Explique dos problemas que eles podem nos trazer. Incentive-o a estudar as apostilas e a fazer o exame.

 

Aos clandestinos:

 

1 – Não operem o rádio clandestinamente, a multa por transmitir sem licença é até R$10.000,00 mais a possibilidade de ficar de 2 a 4 anos preso!!!

 

2 – Não inventem prefixos para operar, pois normalmente não sabem sobre as categorias e de como é feita a divisão das letras. O resultado é que inventam prefixos que não existem e todos percebem.

 

3 – Consultas de prefixos. Lembre-se que a grande maioria dos radioamadores têm acesso a Internet e podem checar se o indicativo é mesmo seu no site da Anatel.

 

4 – Entre pela porta da frente. Entre da maneira correta e faça muitos amigos. Segure a vontade de entrar operando e faça o exame para radioamador.

 

 

 

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BOA LEITURA

A VIDA DE UMA MANTENEDOR

MATERIA SOBRE SUBTOM

Por PY2JF – João Roberto S. Gandara Ferreira

 

Imagine a situação. Você fica sabendo que uma nova repetidora entrou no ar, sintoniza sua freqüência e ouve todos chegando final de escala. Maravilha! Mais uma! Daí você vai tentar acioná-la e nada, ela parece surda ao seu sinal. Ninguém escuta. O que está acontecendo? Por que todos estão acionando e eu não? É simples, o segredo é o subtom ou CTCSS (Continuous Tone Coded Squelch System), que em português seria Sistema de Squelch Codificado por Tom Contínuo.

 

Como Surgiu o Subtom (CTCSS)

 

Nos anos 60, a Motorola, fabricante de rádios comerciais de VHF, apareceu com uma solução para colocar mais estações de rádio numa mesma freqüência, e com isso vender mais rádios num espectro já congestionado. Ela descobriu que poderia ter mais que uma empresa compartilhando o mesmo canal se eles não ouvissem uns aos outros. Eles patentearam a invenção com o nome Private Line, que para encurtar chamavam de PL. Outras empresas vieram depois com a mesma solução, mas com outros nomes para evitarem processos judiciais, já que não seriam competitivas se não tivessem um sistema semelhante. Então surgiu Channel Guard, Quiet Channel, Call Guard e outros.

Por sua vez, os fabricantes de equipamentos para radioamadores aderiram ao sistema com o nome de Tone . Nos últimos 10 anos praticamente todos os rádios saíram de fábrica com pelo menos a capacidade de gerar (encoder) o Tone, e como opcional, decodificar (decoder). E alguns modelos mais caros, como o Kenwood TM-V7A, com os dois recursos já instalados de fábrica. Já os modelos mais antigos, que não dispunham desse recurso (FT227, TR7850, etc), poderiam tê-lo madiante a instalação de uma unidade encoder/decoder de CTCSS opcional ou até mesmo genérica.

 

Como Funciona

 

O sistema é baseado em um tom contínuo de baixa freqüência, que é injetado direto no modulador de áudio do transmissor. O circuito que gera esse tom (Tone, Subtom, PL ou qualquer outro nome) é conhecido como encoder. Por outro lado, o receptor precisará de um circuito decoder de CTCSS instalado antes dos circuitos de amplificação de áudio (discriminador) para detectar a presença desse sinal. Uma vez detectado a presença do subtom da frequência correta, um circuito de chaveamento irá desempenhar alguma função, podendo ser a liberação do mute do rádio ou sinalizar um estado lógico de saída.

Em equipamentos comerciais, como os da Motorola GM300 ou M120, o subtom é realmente inaudível, pois existem filtros que permitem apenas que freqüências de voz (300Hz a 3000Hz) sejam amplificadas pelo estágio de áudio.  Já a maioria dos equipamentos fabricados para radioamadores não tem esses filtros, resultando na passagem de freqüências bem mais baixas, e com isso o subtom acaba sendo ouvido. As vezes o som do subtom é confundido como o som de fontes mal filtradas, mas na realidade é o subtom que não está sendo filtrado como deveria. As vezes seu nível está muito alto, o que também acaba ajudando a ser percebido na recepção.

A faixa de freqüência utilizada vai de 67.0 Hz até 254.1Hz. Sendo que quanto mais baixa a freqüência utilizada,  menor a chance de ouvi-lo. Por isso quase todas as repetidoras utilizam a parte baixa dos subtons disponíveis. Veja na tabela as freqüências atribuidas ao CTCSS:

 

Tablea de CTCSS

 

Um Porteiro Eletrônico

 

O subtom nos permite escolher quais sinais serão ouvidos em nosso receptor. Quando ativamos o Tone Squelch de um rádio, ele ficará em silêncio. Somente sinais com o subtom correto conseguirão passar pelo circuito de amplificação e chegar ao alto-falante, todos os outros sinais serão ignorados. Eles ainda estão lá, mas não serão ouvidos. Quanto ativamos o Tone Squelch, o rádio passará a se comportar como se fosse uma repetidora subtonada. Mas por que iríamos querer limitar os sinais que chegam ao nosso receptor? Temos 4 boas razões para isso:]

 

Limitar o Acesso

 

No passado, os mantenedores das repetidoras usavam o subtom para restringir o acesso apenas aos integrantes do grupo. Como os rádios não tinham o encoder de fábrica, eles eram instalados nos rádios e apenas quem os tivessem poderiam acionar a repetidora. Pela dificuldade de se comprar um encoder na época, só os sócios do grupo usavam a repetidora, que na maioria das vezes também era equipada com um autopatch para ligações telefônicas. Isso bem antes do advento do celular é claro. Hoje em dia quase ninguém mais usa o subtom por esse motivo, pois os rádios atuais não só já têm o encoder, mas em muitos casos são equipados com um decoder, que pode fazer a varredura e mostrar o subtom no display do rádio. Para isso basta monitorar o sinal na entrada da repetidora, já que nem todas as repetidoras retransmitem o subtom.

No entanto, o subtom ainda é uma boa maneira de limitar o acesso a outros dispositivos, como autopatches, estações remotas, ou rádios operando como repetidora cross band (função que quase todo rádio dual band têm hoje). Dessa forma apenas as pessoas autorizadas usarão o sistema. O subtom quando usado em conjunto com uma senha DTMF é bem mais efetivo na tarefa de limitar o acesso. Na realidade algumas repetidoras “fechadas” exigem, além do subtom correto, o envio da senha correta em DTMF para ativá-las.

 

Compartilhamento de Freqüência

 

No caso de um radioamador estar numa área onde duas repetidoras de mesma freqüência se sobrepõem, o subtom poderá ser de grande ajuda. Toda vez que esse radioamador transmitir, acionará as duas. Ele estará falando em uma delas, mas vai atrapalhar a vida de quem está escutando a outra freqüência, que o ouvirá apenas uma parte do QSO. Com as duas repetidoras usando subtons distintos, apenas a escolhida será acionada. O subtom também pode ser muito útil para grupos que operam simplex, pois é muito comum outros grupos nas proximidades, compartilhando a mesma freqüência, receber sinais indesejados. Se cada grupo usar um subtom distinto, e todos os integrantes ativarem o Tone Squelch, não terão mais problemas.

 

Interferências em Repetidoras

 

Talvez o uso mais nobre para o subtom seja nos casos de interferências nas repetidoras. Essas, normalmente, disputam um cantinho em cima de morros altos, quase sempre cheio de antenas de transmissão de rádios broadcasting, TV, celular e mesmo outras repetidoras de serviços privados. O resultado disso é um espectro totalmente saturado, onde batimentos e interferências quase sempre ficam andando pelo espectro e regularmente passam pela entrada da repetidora, que se não for subtonada, vai disparar constantemente, podendo tornar a vida radioamador que mantém escuta nessa freqüência um verdadeiro inferno.

 

Chamada Seletiva

 

As vezes você quer ser um pouco seletivo sobre os sinais que recebe, você quer estar disponível para os amigos mas não quer ficar ouvindo o chato que fica bipando a repetidora a cada 2s, ou não quer ter sua atenção desviada com o bate papo que está acontecendo na repetidora. O subtom é a solução para esse caso. Usando um rádio que tenha o recurso de Tone Squelch, basta combinar com os amigos o subtom que você programou e pronto, só ouvirá as chamadas que forem para você. Isso é muito útil, pois nem sempre você quer ser interrompido em suas atividades, mas quer ser encontrado pelos amigos. Essa técnica normalmente funciona melhor em operações simplex, pois nem todas as repetidoras retransmitem o subtom que está entrando. Faça um teste antes para saber se a repetidora de sua cidade deixa o subtom passar.

Tenha em mente que Tone Squelch ativado só fará o seu receptor bloquear a recepção de sinais sem o subtom correto, mas eles continuam passando pela repetidora, você só não os ouve. Um erro comum é achar que porque está usando subtom outras pessoas não ouvirão o que fala. Todos ouvirão, pois subtom não é scrambler (embaralhador), é apenas um tom inaldível adicionado a sua transmissão que permite ser decodificado do outro lado para acionar uma repetidora ou abrir o som de um rádio com Tone Squelch ativado.

 

Conclusão

 

Usar ou não o subtom? Você é quem vai decidir. Existem pessoas que são totalmente contra o uso do subtom, pois alegam que repetidoras fechadas são ilegais. Eu particularmente acho que esse argumento já foi por água abaixo, uma vez que todo rádio, hoje em dia, vem com o encoder, e talvez até com o rastreador de subtom. Quem será impedido de usar uma repetidora por ela estar subtonada?

Se você vive numa área onde duas repetidoras compartilham a mesma freqüência, se você mantém uma repetidora que está num local cheio de interferências, se você não quer ter sua atenção desviada a todo momento com os bips da repetidora que você mantém escuta, se você quer ser encontrado pelos seus amigos e ainda assim ter o sossego de poder trabalhar em silêncio, o subtom é a solução que procurava.

 

 

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BOA LEITURA